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quarta-feira, 2 de maio de 2007

Porque posso!

Tinha preparado um texto, para ser o primeiro neste meu blogue. O texto era intitulado “Só me apetece pinar!”, nele referia o que para mim significa esta frase e o porquê de ser o título do meu blogue. Isso não aconteceu e esse texto foi esquecido, substituído por este. Porquê? Por causa, da maior praga dos nossos dias, a estupidez, a idiotice…

Antes de dar vida a este blogue, visitei outros. Queria ver o que outras pessoas escrevem, o que é para elas um blogue. Li textos agradáveis e desagradáveis, bem e mal construídos, bons e menos bons, pois não considero nada do que se escreve mau. Mau é não ler, não escrever, não ter opinião. Escrever é pelo menos tentar dar “voz” as nossas opiniões, sentimentos, ideias, desejos. Ontem li um blogue que achei interessante, achei também interessante um comentário deixado por um individuo qualquer. Para ser mais concreto, um comentário deixado por um "perfeito idiota". Não acredito que a perfeição existe, mas este individuo anda lá perto, pena ser no mau sentido. De uma maneira mais simples, descuidada, desagradável e inculta ele disse: “Achas que alguém se interessa em como a tua vida é uma merda? Porque é que tens um blogue? Porque queres?”.

Este tipo de comentários é digno de um asno, sem ofensa ao dito. Quem deixa um comentário como este; ou não escreve, ou não sabe porque escreve, ou escreve pelos motivos errados. Quem escreve, escreve por gosto e é por gosto que se deve escrever. Escrever em busca de aceitação por parte do leitor é coisa de pessoas fracas, pessoas que sem a aceitação de terceiros se sentem fracos, inúteis, uns falhados. É triste mas é a realidade, tudo o que fazemos devemos fazer por nós, mesmo o que fazemos pelos outros.

A opinião de quem lê é importante? Não! Eu não preciso de saber, nem me importo com o que o leitor pensa do que se escrevo? O que importa é que ele leia algo, quer sejam blogues, livros ou bulas de medicamentos mas leia, para combater a epidemia da idiotice. A leitura é cultura. Não digo que quem lê seja menos idiota mas pelo menos terá o vocabulário para disfarçar melhor.

Eu escrevo, e escrevo para mim. Os meus textos são mensagens para mim próprio. Eu escrevo e o “eu” que escreve é aquele que sente as palavras, mas não encontra o seu significado, deixando para o “eu” que lê a tarefa de decifrar o enigma. Escrever e conversar comigo próprio, e exorcizar sentimentos, desabafar.

A autora do blogue que li, relatou um momento em que sentiu raiva, revolta e transcreveu em palavras esse momento. Poderá até ser que não tenha sentido nada e apenas resolveu escrever. Não importa, o que importa é que escreve e gosta de escrever. Por outro lado, o responsável pelo comentário ridículo, acha-se no direito de opinar, sobre o que não percebe nem pode perceber, porque não faz parte do seu mundo. Criticar é “o nada” onde criar é “o tudo”. Um critico não passa que alguém que não tem o talento necessário para criar, chega atingir um estatuto respeitável ao atacar pessoas que não conhece, não percebe nem sequer tenta, pois isso iria afectar a crítica. Quem critica, regra geral fá-lo destrutivamente, pelo simples prazer de criticar e chamar atenção para si próprio e para a sua insignificância, escreve textos, ocos de sentimento, palavras que perdem o significado assim que chegamos ao final da frase.


Que esta primeira entrada neste meu blogue, sirva para esclarecer todos os idiotas que por aqui vão passar. Eu escrevo para mim. Escrevo para mais tarde ler e gostar ou odiar. Escrevo porque gosto, escrevo porque quero, escrevo Porque posso! Não procuro aprovação de ninguém a não ser de mim mesmo. Este blogue serve para que eu não volte a perder palavras, como tenho perdido ao longo dos anos. Palavras ordenadas por mim, em folhas desordenadas pelo tempo e perdidas em gavetas até serem esquecidas. Este blogue será a minha nova gaveta, onde poderei encontrar todas as minhas palavras e encontrar-me, enquanto me perco na leitura. Se o idiota sobre quem falei, passar por este meu blogue e resolver também aqui perguntar o motivo pelo qual eu tenho um blogue. Não vale a pena perguntar, pois deixo desde já a resposta:


Eu tenho um blogue Porque posso!